Por que a santidade tem perdido o valor e como diagnosticá-la em nossas vidas

Existem coisas que fazem sentido para algumas pessoas, mas não fazem sentido algum para outras. Acampar, por exemplo. Tem gente que gosta muito de acampar, de ter essa experiência ao ar livre e tudo mais. Já outras pessoas não entendem o porquê de “transportar” toda a sua casa para um lugar inóspito, cheio de mosquitos, insetos e lama. Para elas, acampar não faz nenhum sentido.

A santidade tem se tornado como acampar: tem sentido para algumas pessoas, mas não para outras. Não existe mais uma preocupação em se ter uma vida santa, as pessoas já acham que são boas o suficiente e que ser santo é só para os pastores e líderes, para aqueles que estão em evidência ou tem algum título.

O que é santidade?

A Bíblia nos dá duas definições de santidade e elas precisam estar bem claras. A primeira é de que nos tornamos santos porque Jesus quis assim. Então, quando Ele morre e ressuscita, torna santos todos aqueles que creem em Seu sacrifício e O aceitam como Senhor de suas vidas. Nesse caso, a santificação é feita por Cristo na cruz e a nossa ação é apenas crer.

Mas a Palavra também nos dá um mandamento: sermos santos porque Jesus é santo (Js. 3.5; 1Pe. 1.16). Ou seja, também existe uma parte que cabe a nós, precisamos nos esforçar para ser mais santos enquanto estamos aqui na terra. E é isso que tem se perdido nos nossos dias.

Em seu livro, “A Redescoberta da Santidade”, J. I. Packer fala sobre três evidências que mostram o quanto a santidade tem perdido o valor: (1) não ouvimos mais falar de santidade nas pregações e livros; (2) não insistimos que nossos líderes devem ser santos; (3) não tocamos na necessidade de santidade pessoal em nossa evangelização. Mudar esse cenário começa em nós. A vida cristã não é como um supermercado, onde escolhemos levar somente aquilo que queremos. As bênçãos, a cura, o perdão e a alegria são consequências da intimidade com Deus, da pureza e da santidade.

Temos vivido em santidade?

Como, então, podemos fazer um diagnóstico da santidade em nossas vidas? Há três perguntas que podem nos ajudar:

1. Nossa obediência é conhecida por todos?

A obediência só faz sentido para aqueles que querem ser santos. Talvez, seja muito mais impactante dizer que somos criativos, relevantes e transformadores, mas o que o Senhor busca são homens e mulheres dispostos a obedecer a Sua Palavra. Em Romanos 16.19, Paulo fala que a nossa obediência deve ser conhecida por todos, porque isso testifica que somos filhos de Deus.

2. Para nós, o Céu é um lugar santo?

Quando perdemos a dimensão da eternidade, parece que nos falta estímulo para buscar o padrão de santidade de Jesus. O Céu não é um lugar de pessoas legais e boazinhas, o Céu é um lugar de pessoas santas. Apocalipse 21.27 diz: “Nela (na Nova Jerusalém) jamais entrará algo impuro, nem ninguém que pratique o que é vergonhoso ou enganoso, mas unicamente aqueles cujos nomes estão escritos no livro da vida do Cordeiro”.

Santidade tem a ver com práticas reais que exaltam e glorificam a Deus. Não adianta termos uma aparência de pureza, precisamos ser santos.

3. Somos cristãos da Grande Comissão?

Antes de subir aos Céus, Jesus deixou um último mandamento: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei” (Mt. 28.19-20a).

Quando buscamos uma vida de santidade, procuramos obedecer a tudo o que o nosso Senhor ordenou, e isso inclui a Grande Comissão. Se o chamado para fazer discípulos não é importante para nós e nem é parte da nossa vida, provavelmente existe uma brecha em nossa santidade, alguma coisa está errada.

Convite a uma vida santa

Ter uma vida santa não é fácil, principalmente porque vivemos em um mundo de impureza e promiscuidade. Podemos ser excluídos de grupos de amigos, ser chamados de “fanáticos” e “radicais”. Pode ser também que a tolerância e a indiferença tomem conta de nós e comecemos a pensar que repudiar uma prática impura seja, na verdade, preconceito e falta de diálogo. Por isso, precisamos sempre estar atentos às nossas escolhas e à maneira como vivemos.

A boa notícia é que podemos nos tornar homens e mulheres santos porque Jesus disse que podemos. As dificuldades e desafios não são maiores do que Aquele que nos chamou para uma vida de pureza e santidade. E é o Espírito Santo quem nos conduz por esta jornada, nos alertando sobre o pecado, nos capacitando a obedecer e nos mostrando o caminho. Precisamos depender dele e buscar a Sua presença todos os dias. Jesus já fez tudo o que era necessário, agora cabe a nós analisarmos a nossa vida e as nossas atitudes, e sermos mais parecidos com Ele. Com certeza, vai valer a pena!

Você sabe como pregar o verdadeiro Evangelho?