Como funciona o relacionamento de amor que abençoa as pessoas e dá frutos que permanecem

Quantas experiências enriquecedoras podemos listar sobre o discipulado. Aquele acompanhamento extraordinário que recebemos de alguém que se interessou por nós e doou parte de sua vida para nos transformar em discípulos de Jesus.

O discipulado é a oportunidade de recebermos ajuda, apoio, conselhos, correção, advertências, opiniões, encorajamento e tantas outras coisas que podemos traduzir como expressão de amor através de pessoas que se tornam amigos mais chegados que irmãos (Pv. 17.17, 18.24), pessoas que também são amigas de Deus. É a maneira que o Senhor nos chamou para cumprirmos o Seu chamado: “Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome” (Jo. 15.16).

Discipulador e discípulo

Como todo relacionamento, ser formado como discípulo e formar outros é um processo (Mt. 28.19-20). Não tem a ver com momentos isolados de alegria que vivemos e desejamos que tivessem continuidade. Não é aconselhamento para uma situação específica da vida. É algo que perdura e demanda tempo. É um processo lento, intencional e continuado, que tem o objetivo claro de desenvolver e promover o crescimento pelo exemplo de Jesus Cristo (Jo. 13.34-35).

Quando entendemos esse processo e decidimos vivê-lo com todo o nosso coração, sem atitudes legalistas, começamos a ver os seus frutos. O discipulado é resultado das nossas escolhas. Alguém que tenha compreensão e disposição para servir, treinar, amar, cuidar e acompanhar deve escolher e encontrar outra pessoa interessada em aprender, crescer e se desenvolver.

O discípulo – que é como um aprendiz – precisa, de maneira humilde, abrir o seu coração e se mostrar interessado em crescer. Por outro lado, o discipulador – que é como um pai ou mãe, que ama e dá a vida pelos filhos – só cumprirá bem o seu papel se tiver um novo coração e estiver vivendo uma nova vida (Ez. 36.25-27). Um bom discipulador é um bom discípulo, está sendo cuidado por outro bom discípulo. Assim se forma o elo de uma corrente que jamais acaba.

O amor que dá frutos

O discipulado frutífero exige a disposição convicta de servir sabendo que esse processo glorifica a Deus e é para o nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo, não para nós mesmos ou para o nosso reconhecimento (Fp. 2.1 -4). Exige um grande investimento de vida, de nos entregarmos de maneira voluntária para ensinar ou aprender com outra pessoa. Esse é um dom precioso que o Espírito Santo nos concede para experimentarmos e manifestarmos o Reino de Deus (At. 20.24-27).

O tempo é outro fator importante. Ser e fazer discípulos demanda um compromisso de entregar tempo de qualidade para encontros periódicos com aqueles de quem cuidamos e dos que cuidam de nós. Precisamos aproveitar “ao máximo cada oportunidade” (Ef. 5.15-17). Então, faça sol ou tempo chuvoso, estejamos alegres ou tristes, seja qual for a circunstância, nos dedicaremos e seremos fiéis, pontuais e comprometidos com aquele momento especial marcado com a pessoa que chamamos de discípulo ou discipulador e com quem nos propomos a viver a nossa vida de serviço e amor.

Claro, o amor é a essência de tudo e é por amor que podemos viver a experiência do discipulado (1Co. 13.1-3). É sempre bom lembrar que primeiro fomos amados pelo Senhor, e por isso podemos amá-lo. E porque Ele Se entregou e morreu em nosso lugar, hoje podemos viver para Ele, abençoando as outras pessoas. O amor a Deus e pelo próximo é o combustível, a alavanca e o motor do discipulado.

A última implicação que podemos considerar relevante no discipulado está relacionada à misericórdia. Os nossos pecados e ofensas se voltam geralmente para quem está mais próximo de nós, e isso acontece no discipulado. Nossas imperfeições ficam naturalmente evidentes quando nos aproximamos de outras pessoas e, por isso, o perdão e a misericórdia são condições básicas entre o discípulo e o discipulador (Cl. 3.13).

Relacionamentos que nos tornam mais parecidos com Jesus

O discipulado é uma experiência extraordinária e claramente divina. Se alguém tem sede de Deus, o relacionamento com pessoas cheias do Espírito Santo é o melhor caminho para viver a satisfação plena da parte do Senhor (Jo. 14.26). Feliz discipulado para nós!

Marcos Sérgio

Quando esteve na terra, Jesus nos ensinou tudo que precisamos saber para viver agradando a Deus, inclusive em um papel de liderança. Entenda como podemos seguir a Jesus e desenvolver uma liderança transformadora.