Capelania: 8 dicas para visitas pastorais em hospitais
Abençoar os doentes também faz parte do trabalho da igreja local
Visitar os doentes nos hospitais é uma função importante do ministério pastoral. É uma oportunidade de ministrar às pessoas que estão em momentos de necessidade e vulnerabilidade, sendo um instrumento de cura e consolo da parte de Deus. No entanto, é essencial que, ao fazer isso, os pastores se lembrem de algumas questões importantes.
1. Fique atento a algumas verdades que envolvem o cuidado pastoral de enfermos
Todas as pessoas têm uma dimensão espiritual em sua vida. Para alguns, essa dimensão é definida claramente em termos de crenças, ritos e, até mesmo, de filiação a uma igreja. Para outros, esse pode ser um aspecto um tanto nebuloso. De qualquer forma. isso afeta o curso de sua vida. Consequentemente, todo ser humano tem uma história para contar – e precisa de alguém para quem possa contar.
Outra suposição é que é tanto vontade de Deus quanto básico para o instinto humano que nós vivamos de maneira saudável. O Salmo 34 expressa isso nos lembrando de que Deus quer estar perto dos que têm o coração quebrantando e estende Seu poder restaurador para os que estão com espírito abatido. Certamente, Jesus veio a este mundo para que possamos ter vida em abundância(Jo. 10.10)
A plenitude não é algo a ser completamente atingido nesta vida, mas um processo contínuo de transformação e crescimento que chega ao seu ápice na vida eterna. A cura completa de nossas enfermidades será alcançada com toda certeza, em alguns casos, quando estivermos na eternidade com Jesus. De qualquer forma, estaremos em casa.
Em terceiro lugar, a oração é uma fonte de poder genuína na busca por plenitude e saúde e em ajudar enfermos e seus familiares a se concentrarem na cura. Pesquisas recentes têm mostrado de diversas maneiras o poder da oração e da intercessão no tratamento de pacientes.
2. Entenda as consequências de estar hospitalizado
Em primeiro lugar, a separação. Um paciente é separado de sua casa, sua família, seus amigos, seu trabalho e da segurança da rotina comum. Isso pode fazer com que a ansiedade seja uma companhia constante.
Segundo, a desintegração. O paciente experimenta a sensação de perder o controle da própria vida. Questões sobre o valor é bondade podem começar a surgir. Preocupação com relação à identidade, relações familiares, ocupação e mortalidade também acabam vindo à tona.
Por último, há um senso de desamparo e até desespero que acaba sobrecarregando o paciente, dificultando os ajustes e limitações relacionados à nova condição e o impedindo de enxergar qualquer tipo de esperança.
Todas essas consequências da hospitalização podem ser combatidas e superadas com doses significativas de fé, esperança e amor – qualidades que permanecem e fazem com que a vida tenha sentido (1Co. 13.13).
3. Preste atenção ao nível de estresse em sua própria vida
O estresse é a base de diversas doenças no mundo agitado em que vivemos, especialmente nas áreas cardíaca, neurológica, oncológica e abdominal. É claro que um certo nível de estresse é normal, mas quando é muito alto pode levar ao burnout.
Se você quer que seu trabalho seja eficaz e frutífero, visitar doentes no hospital exige que você mesmo esteja em um boa condição de saúde. Ter um senso de humor equilibrado sobre si mesmo e as questões de vida é uma forma de checar sua própria condição.
4. Ore com e pelos pacientes e suas famílias
Combinada com medicamentos e cirurgias, a oração e a leitura da Palavra são partes integrais do tratamento de pacientes.
A oração abre as portas para a cura e para a esperança.
No entanto, enquanto estiver visitando um paciente, se ele estiver dormindo ou inconsciente e nenhum familiar estiver presente, deixe um recado escrito com seu contato para que ele e a família saibam que você esteve lá e ore. Deixe que Deus faça o resto.
5. Esteja atento a todos os presentes
Assim como o paciente que você foi visitar, aquele que está na cama ao lado também tem necessidades espirituais e, ocasionalmente, você vai precisar iniciar uma conversa. Pessoas que compartilham um mesmo quarto no hospital naturalmente escutam com atenção as orações feitas por seus companheiros, desejando que alguém também ore por elas.
É completamente normal perguntar “você gostaria de orar conosco?” ou “você se importa se eu orar por você?”. Muitas vezes, aquele paciente e sua família estarão abertos para receber oração. e ficarão gratos por receberem esse tipo de atenção.
Mas há um ponto importante a se considerar: orações são sempre apropriadas em um ambiente hospitalar, proselitismo não. Se o paciente que está compartilhando o quarto com aquele que você foi visitar perguntar sobre sua igreja ou denominação, você certamente pode dar a informação. No entanto, não tente ganhá-lo deliberadamente sem um convite ou abertura – isso pode criar uma reação ruim e tornar futuras visitas desconfortáveis.
6. Não se esqueça de cumprir as regras do hospital
Todo hospital preza pelo bem-estar de todos os que estão ali: pacientes, funcionários, médicos, visitantes. Um pastor capelão faz um bom trabalho respeitando as regras e determinações do próprio hospital. Por exemplo, para evitar passar qualquer tipo de vírus ou infecção ao paciente que você está indo visitar, lavar as mãos ;e sempre uma boa prática – isso é imperativo se você teve qualquer tipo de contato com sangue ou qualquer fluido corporal. O álcool em gel também é um grande aliado. Depois da pandemia da COVID-19, as máscaras continuam obrigatórias, por isso não esqueça da sua (e mantenha-a devidamente higienizada).
Em alguns casos, pode ser solicitado o uso de luvas ou toucas durante a visita, especialmente se as visitas são para um paciente em isolamento ou em áreas esterilizadas. Lembre-se de que isso é importante para proteger você e o paciente.
Se estiver com um resfriado ou gripe, cancele as visitas, Tenha cuidado com o que toca dentro do quarto. Se ver algo que possa ser preocupante, como sujeira no quarto e no paciente, informe alguém da equipe hospitalar.
Também é importante se informar com seu médico se há vacinas que podem te proteger de qualquer tipo de infecção ou vírus comum em hospitais. A capelania tem o objetivo de ajudar os pacientes a se recuperarem, mas não pode colocar a saúde do capelão em risco.
7. Maximize o seu ministério
Você vai ao hospital, em primeiro lugar, para ministrar aos doentes, mas Deus também pode enviar outras pessoas que estão em necessidade. Além do paciente na cama ao lado, como já mencionamos, há os familiares que estão acompanhando seus entes queridos. Eles podem, inclusive, estar em maior necessidade do seu amor e apoio que o próprio doente.
A enfermidade de um familiar pode sobrecarregar e afetar toda a família, trazendo exaustão física, emocional e espiritual, Seu ministério pode ser um instrumento para que essas famílias passem por esses períodos de tanto desafio.
Além disso, há também os próprios funcionários do hospital. Todos podem se beneficiar de palavras de encorajamento, orações, alguém para ouvir ou, até mesmo, um sorriso. Quando permitimos que Deus trabalhe através de nós, podemos nos surpreender com quantas pessoas são tocadas, abençoadas e auxiliadas através de uma simples visita.
8. Mantenha a confidencialidade
Proteger a privacidade dos pacientes e as informações confidenciais que eles relatam é muito importante. Eles têm o direito de proibir a exposição de informações pessoais e isso deve ser respeitado.
Normalmente, o hospital oferece informações a um capelão afirmando se certa pessoa é paciente e onde está internada. Também podem falar sobre sua condição geral de saúde, sem entrar em questões médicas específicas. No entanto, se o paciente escolher restringir até esse tipo de informação básica, nada pode ser divulgado.
Mesmo que você vá compartilhar o nome e o estado de saúde de alguém em um grupo da sua igreja local para intercessão, é preciso ter a permissão dessa pessoas ou de algum familiar para fazê-lo.
Você conhece as características essenciais de uma igreja local?