A quem estamos imitando?

Tenho observado que muitos cristãos hoje vivem tomando pancada deste mundo, sendo facilmente induzidos ao erro, fracos espiritualmente. Não vivem o que Deus tem para eles (2Pe. 1.4) porque não praticam a Palavra de Deus. Foi a mesma coisa que Paulo percebeu e deixou registrado: “Por isso há entre vocês muitos fracos e doentes, e vários já dormiram” (1 Co. 11.30)

Em 1 João 4.17, o apóstolo declara que neste mundo somos como Ele. Sabendo que somos filhos de Deus, nascidos de novo, o normal seria manifestar: caráter transformado, amor incondicional, alegria indescritível, paz que excede todo entendimento, poder sobrenatural … Estamos vendo isso na igreja, no individual e no coletivo? Se o Reino de Deus está entre nós, por que não está sendo feito na Terra assim como no Céu? O que será que está tirando nosso poder? 

Li um livro ao qual eu recomendo a você, chamado “Kriptonita”, de John Bevere. Este material tem abençoado muito a minha vida e acredito que fará a mesma coisa com a sua. Ele me ajudou a entender que, silenciosamente, a desobediência à Palavra de Deus tem se multiplicado e isso tem roubado nossa força, poder e autoridade. 

Muitas vezes, me perguntei como é possível que numa nação tão abençoada como a nossa, onde o número de evangélicos se multiplica quase que dia­riamente, não consigamos enxergar a influência dos cristãos gerando mu­danças significativas na nossa sociedade. Inclusive, tenho falado disso em diversos encontros com a liderança da Comunidade da Graça e de outras denominações onde tenho sido convidado para falar do amor de Jesus.

A grande vantagem da kriptonita contra o Super-Homem é que ele não percebia que estava perdendo seu poder até estar fraco ao ponto de beirar a morte. A mesma coisa acontece com a igreja brasileira. Não temos per­cebido que a desobediência tem entrado pela porta das nossas igrejas e, silenciosamente, tem feito de nós cristãos que cantam, pulam, dançam e se ajoelham, mas longe estão de uma verdadeira vida de adoração. 

Foi o que aconteceu com Saul depois de vencer os amalequitas (lSm. 15.1-9). Deus ordenou destruir tudo, mas ele preferiu guardar algumas coisas e fazer a sua vontade por cima da de Deus. A partir deste episódio, podemos aprender que para o Senhor a obediência parcial, mesmo que quase completa, é como se fosse desobediência total, rebeldia. É deixar de dar a Ele o lugar de honra e adoração que lhe é devido. 

Mesmo sendo confrontado, Saul negou a acusação e tentou jo­gar a culpa em outros. Pura kriptonita. O idólatra não enxerga o seu pecado e começa a se enganar e a achar que Deus está do seu lado, que Ele entende o seu coração, tolera aquele comportamento e aprova o seu estilo de vida. Era isso que acontecia com Saul e é isso que pode estar acontecendo conosco!

Temos com Deus um relacionamento que nos leva a conhecê-lo verdadeiramente, a crer fielmente e a viver em santidade ou procuramos apenas nos comportar da maneira mais “crente” possível e procuramos negociar com Ele? 

Vejam como é urgente a necessidade do verdadeiro discipu­lado, do confronto em amor. Vejam como precisamos uns dos outros para vivermos realmente como um corpo, trabalhando juntos numa mesma missão, numa mesma visão, com o mes­mo propósito! 

O arrependimento é a única via para vencer a kriptonita. É ali que nós reconhecemos o quanto dependemos do Senhor e da Sua misericórdia, é ali que manifestamos coração quebrantado, amor genuíno. “Um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não despreza­rás” (Sl. 51.17)

Precisamos nos arrepender, precisamos abando­nar o comportamento que nos leva à obediência parcial e vivermos realmente uma vida de adoração. Precisamos nos perguntar a quem esta­mos imitando. Se Cristo é sua e minha vida, é a Ele que precisamos imitar! Somos como Ele neste mundo! E pela Sua graça e misericórdia, Ele está disposto a sarar nossas feridas e, cheios do Espírito Santo, nos conduzir a uma vida de santidade que faça da Sua igreja a mais maravilhosa forma de manifestação do Seu amor. A ferramenta que, nas Suas mãos, irá gerar vida nova em cada canto desta nação. Somos como Ele neste mundo!

Carlos Alberto Bezerra

Pastor, Fundador e Presidente da Comunidade da Graça e Rede Comuna