Entenda como a Bíblia nos ensina a preparar líderes e abrir caminho para que assumam nosso lugar

A transição de liderança é uma questão essencial quando se fala em uma igreja local. Um pastor ou líder deve se planejar para saber até quando vai liderar e quem assumirá seu lugar. Afinal, a sucessão e a continuidade do trabalho são parte de uma organização saudável e viva.

A Palavra nos dá uma direção de como fazer transições de liderança. A história de Moisés e Josué é um ótimo exemplo disso.

O modelo bíblico de transição de liderança

Sabendo que Deus Se revelou a ele e o usou, Moisés parece ter abraçado o paradigma “um líder – muitos seguidores”, onde toda a liderança e as decisões importantes são construídas ao redor de apenas uma pessoa. Isso é compreensível, afinal ele foi o catalisador de milagres que levaram à libertação do povo de Israel da escravidão no Egito. Mas isso mudou quando ele recebeu conselhos de seu sogro, Jetro, e passou a compartilhar responsabilidades com outros, levantando juízes para resolver boa parte das questões do povo (Êx. 18.18-26). Moisés não abdicou de seu papel como líder de Israel, mas, ainda assim, deu a muitos outros a oportunidade de liderar.

Assim, Moisés se comprometeu a identificar e desenvolver outros líderes, compartilhando sua liderança de maneira significativa. Quando chegou o momento de fazer a transição, Josué se destacou entre muitos líderes experientes de Israel.

Planejamento

Reconhecendo aquele que assumiria seu lugar, Moisés convocou Josué e disse em frente de todo o povo: “Seja forte e corajoso, pois você irá com este povo para a terra que o SENHOR jurou aos seus antepassados que lhes daria, e você a repartirá entre eles como herança. 8 O próprio SENHOR irá à sua frente e estará com você; ele nunca o deixará, nunca o abandonará. Não tenha medo! Não desanime!” (Dt. 31.7-8 NVI).

Moisés sentiu claramente que Deus estava dando a ele a responsabilidade de identificar o líder que ficaria em seu lugar. E mesmo que houvesse outros líderes capazes em Israel, ele convocou Josué. Há uma pergunta essencial que todo líder precisa perguntar: “Eu sou responsável pelo que acontece depois que eu deixar minha função?”. Moisés teria respondido de maneira afirmativa. Ele não podia controlar o que aconteceria depois de sua morte, mas podia garantir que o povo fosse deixado com um líder escolhido pelo Senhor.

Transparência e empoderamento

A transição de liderança foi transparente. O povo de Israel não foi deixado na dúvida quanto ao que aconteceria com a morte de Moisés. Por anos, Moisés empoderou Josué através de oportunidades de liderança e seu apoio claro preparou o caminho para que ele o sucedesse, levando o povo à terra prometida.

Josué não teve que convencer o povo de seu chamado, porque ele foi feito de maneira transparente. Aqueles que seriam mais afetados pela transição foram testemunhas oculares do comissionamento de Moisés a Josué como próximo líder de Israel.

Caminho preparado

Josué já estava estabelecido como um líder respeitado e fiel. Seu relacionamento com Moisés promoveu seu desenvolvimento, com as ferramentas, atitudes e valores necessários para uma boa liderança. Também preparou o povo para essa nova realidade – onde quer que Moisés estivesse, Josué estava com ele, dando credibilidade e criando uma percepção positiva com relação à transição. Isso fez com que o processo fosse simples, direto e público.

Um modelo de humildade

Todo esse processo e o desenvolvimento da liderança de Josué certamente exigiram humildade da parte de Moisés. E essa virtude essencial não foi apenas demonstrada por ele, mas também por seu sucessor. Josué demonstrou suporte e respeito por Moisés em todas as oportunidades – olhou para o futuro honrando e edificando sobre o passado. Esse modelo de humildade demonstrado pelos dois fez com que o povo de Israel, que amava e respeitava Moisés, demonstrasse o mesmo amor e respeito por Josué.

Transições saudáveis, igrejas saudáveis

Há diversas questões importantes desse modelo de transição bíblica que podemos absorver para nossas igrejas locais, principalmente os que mostram transparência, planejamento e humildade. Isso não só facilita o processo de transição de liderança, mas garante que a igreja continue trabalhando de forma saudável e cumprindo o seu propósito de ganhar almas e fazer discípulos de Jesus – afinal, essa é a nossa missão mais importante.

Você sabe qual é o papel da igreja nas cidades?