A vida de elias nos leva a um outro patamar 

O profeta Elias foi um dos homens mais conheci­dos da Bíblia. Citado tanto no Antigo Testamen­to quanto no Novo, sua história possui um papel muito ativo na narrativa bíblica. Ele viveu no século IX antes de Cristo, durante os reinados de Acabe e Acazias, no Reino do Norte. Lembrando que em sua época o povo de Israel havia se divido em dois reinos. Judá era o Reino do Sul com capital em Jerusalém, e Israel era o Reino do Norte com capital em Samaria. 

A Bíblia não revela nada sobre a vida pessoal e familiar do profeta, mas Tiago afirma – capítulo 5, verso 17, da sua epístola – que ele foi um homem sujeito às mesmas paixões que nós. E, ao mesmo tempo, deixa ver que tinha alguma coisa bem diferente nele e na sua oração. Isso nos serve de parâmetro para estabelecer alguns dos atributos que um verdadeiro homem de Deus possui: 

O capítulo 17 de 1 Reis registra que Elias disse a Acabe:  “Vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho, nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra.” Ele era tão próximo de Deus que podia afirmar -sem medo algum, com plena consci­ência e certeza-que se encontrava “perante a Sua face”. Algo completamente impensado para os israelitas, que sabiam que ninguém sobreviveria a um encontro “face a face” com Deus, tamanha Sua santidade. 

Jonathan Edwards, o mais destacado teólogo do século XVIII, acreditava que um cristão deveria ser al­guém que não ultrapassasse os dois extremos: poder espiritual e capacidade de raciocinar. Assim, chegou a afirmar: “É preciso ter homens com luz na mente e fogo no coração”. O profeta Elias foi um homem as­sim, estava conectado com Deus e, ao mesmo tem­po, sabia que o povo israelita estava marcado por uma profunda crise moral, social e espiritual, notadamente pela corrupção, assassinatos, idolatria, fome e miséria. Esse é o desafio para nós hoje. Precisamos viver também dessa forma: procurando intimidade com Deus para vi­ver na dimensão do Seu poder- perante a Sua face – e sendo capazes de ponderar os acontecimentos que estão ao nosso redor, para sabermos o que Deus pretende de nós, como Ele deseja nos usar nesse contexto. 

Este era outro dos atributos do profeta. Em 1 Reis 17 .19-22 está registrada a enfermidade do filho da vi­úva de Sarepta, que acabou morrendo. Diante desse fato, o profeta, cheio de fé poderosa, orou e deitou­-se sobre o menino três vezes. Numa das maiores de­monstrações de poder de Deus, aquela criança voltou a viver.

As orações do profeta eram acompanhadas de de­monstrações do poder de Deus, de milagres. E nos­sas orações não só podem (Jo. 14.12), como devem fazer o mesmo. É claro que não há capacidade em nós. Também não havia em Elias. O diferencial es­tava no fato de que seu relacionamento com Deus era tão profundo que sua fé era inabalável, poderosa. Quando nós conhecemos quem Deus é, conseguimos crer que tudo o que Ele fala é uma verdade para ser vivida e praticada. 

Coube ao profeta Elias a missão de enaltecer a verda­deira adoração ao único Deus, Criador do Universo, bem como a de protagonizar os fatos mais impactan­tes na história dos profetas de Israel, ao denunciar os desmandos do governo dos seus dias e ao desafiar os falsos profetas que assolaram o antigo Israel (lRs. 18.18-20). Não podemos aceitar o pecado na nossa vida. Da mesma forma, não confrontar um irmão em pecado é falta de caráter. 

A vida do profeta levou a viúva a testemunhar:  “Nisto conheço agora que tu és homem de Deus, e que a palavra do Senhor na tua boca é verdade” (1 Rs. 17.24).  O que não for falado na verdade produz morte. Nós não fomos chamados para levar isso, mas para levar vida. Nossa vida deve ser pautada pela verdade da Palavra de Deus, como a de Elias foi.  Como homens e mulheres de Deus, precisamos procurar ser aprovados nestes atributos. Não podemos viver a vida cristã de qualquer jeito. 

Há um louvor que diz “há muito mais que isto”, precisamos saber que, de fato, há e te­mos que buscar isso numa experiência com o Espírito Santo. Nossa vida atingirá realmente outro patamar, aquele que abre as portas da plenitude de Deus.