Nossas escolhas revelam que fomos transformados por Jesus

O texto de Gálatas 6.7-9 é bem conhecido por todos: “Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá. Quem semeia para sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna. E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos” (NVI). Mas precisamos tomar cuidado com sua interpretação.

Dependendo do ângulo com que se olhe, a afirmação de que o homem colher o que semeia pode nos conduzir à conclusão de que a vida é um fatalismo. Assim, viveremos de braços cruzados sob o pensamento de que “o que tiver de ser, será”.

Por outro lado, podemos avaliar nossa vida e afirmar: “eu semeei o bem. Amei corretamente, cuidei dos meus filhos, fiz o que precisava, investi corretamente meu dinheiro, trabalhei com decência e dignidade, mas meu casamento desceu pelo ralo da vida, meus filhos não servem a Deus, a minha empresa quebrou e os investimentos falharam”. E chegarmos, assim, a sofrer com depressão.

Mas, essas duas perspectivas são erros igualmente grandes de interpretação. A vida não é fatalismo e nem um poço de depressão. A vida é dádiva de Deus e a nossa vida é sim como a sementeira. O que precisamos aprender é que eu e você devemos refletir e tomar decisões apropriadas para que o fruto da nossa existência seja relativo à nossa semeadura. É exatamente o que Paulo afirma com suas palavras no verso 8: “Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna”

Deus é soberano, ninguém pode mudar isso. Nada passa despercebido diante do nosso Pai, nada foge do Seu controle. Porém, isso não pode nos levar a viver uma vida omissa (Tg. 4.17). É verdade que Deus vai fazer com que as crianças carentes do Haiti por exemplo, tenham comida nas suas mesas, mas é nossa responsabilidade sermos os instrumentos pelos quais Ele providencia isso. Deus vai fazer meu casamento ser abençoado, mas é minha responsabilidade trabalhar para que isso aconteça.

No início das sagradas Escrituras – Gn. 4.9 – Deus pergunta a Caim: “Cadê o teu irmão?”. E ele responde: “Por acaso eu sou o responsável pelo meu irmão?”. Deus não sabia do acontecido? Não sabia do que se passava? Teria sido pego de surpresa? Não. Deus sabe de todas as coisas, mas a Sua soberania nos torna ainda mais responsáveis pela nossa função neste mundo. Eu e você fomos colocados neste mundo para servir ao Pai e às pessoas.

Eu creio firmemente que a cidade onde você está agora lendo este texto vai ouvir o Evangelho em cada esquina, em cada casa e em cada canto. Mas você é responsável por abrir a sua casa para convidar seus amigos para falar de Jesus, para amá-los, para cuidar deles e para ter um pequeno grupo, uma célula.

Você pode perguntar: “Mas, o que são sementes?”. Os nossos atos são sementes! Um abraço, um beijo, levar comida para quem precisa, visitar alguém no hospital, fazer uma visita para um membro da sua célula, ajudá-lo com uma mudança, cuidar das crianças, etc.

Nossas ofertas também são sementes. Diante de Deus, elas são um memorial das ações que contribuem para o crescimento do Seu Reino.

A nossa semeadura revela o que está no nosso coração. Ela é um raio X. Diz mais a nosso respeito do que o que postamos nas redes sociais. Mostra se Jesus realmente nos transformou, ou se somos apenas clones evangélicos.

E sabe qual é a melhor notícia? Se a nossa vida hoje é fruto das decisões que tomamos, quer dizer que, daqui a um ano ou dois, ela será também um conjunto das escolhas que fizemos hoje. Então, hoje é dia de mudança. Hoje é um ótimo dia para começar a semear coisas boas.

Comece, agora mesmo, a lançar no solo da sua vida sementes que germinarão e darão bons frutos. Frutos para a glória de Deus. Abençoe alguém, cuide de alguém, vá ensinar o Evangelho para alguém. Esses frutos vão trazer glória ao Pai e alegria ao Seu coração. Não deixe para depois. Comece agora!

Manoel de Oliveira

Manoel de Oliveira é pastor da New Life Church, em Framinham, EUA. É casado com Ana Célia, com quem tem dois filhos. Ele é um dos pastores convidados da Conferência Ministerial da Comunidade da Graça, a C23, que acontecerá entre os dias 20 e 22 de abril.