Francis Chan fala sobre o chamado de Deus à unidade em seu novo livro

A Bíblia fala em Tiago 4.5: “É com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós” (RA). Você crê que tem um Pai celestial que tem ciúmes de você? Ele criou Adão e Eva para andar com Ele no jardim, e nos criou não apenas para andar com Ele mas para andar nele. Esse é Seu anseio.

Os pais têm uma pequena amostra das emoções de Deus quando têm filhos. Você cria uma vida sabendo que aquele bebê um dia terá a liberdade de te ignorar e viver independente se assim desejar. Tudo em você espera que aquela criança tenha o desejo de permanecer conectada. Em parte, você, até mesmo, pensa em obrigá-la a isso, mas sabe que isso não é amor. A tristeza que os pais sentem quando seus filhos não querem estar perto deles é uma fração das emoções do Criador.

Imagine como Deus se sente sabendo que alguns de Seus filhos nem queriam que Ele existisse. Estão cansados e ocupados demais para tentar manter um relacionamento por obrigação. Seu desejo de ignorar o Pai é tão intenso que eles se convencem de que Ele não é real. Romanos 1 explica isso muito bem: eles sabem que Ele existe, mas preferem abafar a verdade. É nesse nível que desejam ser livres dele.

Nós adoramos a um Deus que deseja unidade com Seus filhos e entre Seus filhos. Ele enviou Seu Filho para trazer Seus filhos unidos sob Seus cuidados. Nenhum bom pai quer ver seus filhos separados ou divididos. Como um pai de sete, seria terrível para mim ver qualquer um de meus filhos rejeitados ou separados dos outros. Eu ficaria irado se visse algum dos meus filhos semeando divisão. Na lista das coisas que Deus odeia (Pv. 6.16-19), Ele dá ênfase em “aquele que provoca discórdia entre irmãos” (NVT).

Discórdia entre irmãos, divisão é algo que o Senhor abomina. Isso deveria nos fazer parar. Ao ler esse texto, deveríamos examinar a nossa vida na mesma hora e ver se não somos culpados de algo que o Deus Todo-Poderoso odeia tanto. Se você consegue continuar lendo sem, antes, fazer uma autoanálise, você tem um sério problema.

Eu sou culpado de semear discórdia. Hoje mesmo, estudando tantas passagens sobre divisão, fico envergonhado pela minha falta de arrependimento. Só um Deus redentor e com graça que vai além da minha compreensão pode ser tão paciente comigo e ainda me usar para falar sobre unidade. Passei a maior parte da minha vida cristã desejando que certos tipos de cristãos não existissem. Tive a audácia de orar pela morte de certas pessoas, porque pensei que isso beneficiaria o Reino de Deus na terra. Eu não era simplesmente uma pessoa medíocre. Pense na arrogância necessária para chegar a um Deus onisciente e pedir uma coisa dessas.

Eu era muito rápido em rotular falsos mestres, sempre advertindo os irmãos a ficarem longe deles. Assim como há tempo para avisar sobre falsos mestres, também há tempo para fazer a lição de casa. Sendo muito rápido para julgar, acabei cometendo erros que custaram caro. Entrei em discursos que eram populares no meu círculo teológico, atacando homens e mulheres que eu sabia que eram filhos amados de Deus.

Provérbios pinta isso como mais que um “erro”. Isso tudo é uma “abominação” para Ele.

Talvez eu fosse esperto o suficiente para evitar caluniar essas pessoas abertamente em público, mas tenho certeza de que a atitude do meu coração saiu pela minha boca. Nenhum de nós é bom em fingir amor quanto imaginamos. No entanto, só porque minhas declarações não eram feitas em público não quer dizer que Deus as odiava menos. Cada palavra grosseira falada sobre um de Seus filhos no oculto foi ouvida por Ele.

Na verdade, eu não estava em oculto e duvido que diria essas coisas se estivesse ciente da presença do Pai onde eu estava. Muitas vezes, as conversas em segredo são as mais perigosas. Elas plantam divisões com raízes profundas nas pessoas, que, então, passam a calúnia adiante. Isso é um discipulado profano e o Senhor odeia isso.

Deus seja louvado pela cruz! Agora é o momento perfeito para adorá-lo por Sua misericórdia. Todos os meus atos abomináveis foram colocados sobre Jesus na cruz. Ele morreu para pagar por nossas divisões e para nos guiar até a unidade.

Francis Chan – Trecho do livro “Until unity”, ainda não lançado no Brasil.

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