Os dias que antecedem a celebração da vinda do nosso Salvador nos lembram de olhar para o futuro com esperança

Chegamos ao mês de dezembro. Em um ano tão atípico como tem sido 2020, acabamos com aquela sensação de que o tempo passou rápido demais, ao mesmo tempo em que demorou a passar. Mas a verdade é que quando nos demos conta, os preparativos para o Natal já haviam começado e os panetones já estavam nas prateleiras dos supermercados.

Com dezembro, também chega um período muito comum aos cristãos: o Advento. Ele é como um preparo para a celebração do Natal e nos lembra da vinda do nosso Salvador.

E diferente do que possamos pensar, essa está longe de ser uma religiosidade ou obrigação, mas é um privilégio que o Pai nos dá e até uma necessidade. E em anos como o que estamos vivendo, essa necessidade se torna ainda mais urgente.

O que realmente é o Advento

De maneira resumida, o Advento é como um prego enferrujado que nos mantém juntos até o dia da ressurreição.

Advento é a fé conquistada por Cristo para nós na Cruz, quando Ele nos cultivou em um bom solo; é crermos que a luz do mundo ainda brilha em meio a toda a escuridão. Quando celebramos o Advento, estamos provando e vendo que o Senhor é bom, mesmo em meio a toda a desolação atual (Sl. 34.8).

Os profetas do Antigo Testamento olharam para o futuro e viram a encarnação do Filho de Deus. “Deus conosco” (Mt. 1:23) é como uma estrela que reluz na escuridão.

Nosso amado Jesus Cristo nasceu de uma virgem, morreu na Cruz e tomou de volta a vida que Ele mesmo entregou (Jo. 10:18) para ressuscitar de Sua tumba, derrotando a morte.

E, então, Ele partiu.

Por que precisamos do Advento?

Ao subir aos Céus depois de Sua ressurreição, Jesus não nos abandonou à nossa própria sorte. Ele deixou o Seu Espírito: “E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Encorajador, que nunca os deixará. É o Espírito da verdade. O mundo não o pode receber, pois não o vê e não o conhece. Mas vocês o conhecem, pois ele habita com vocês agora e depois estará em vocês” (Jo. 14.16-17 NVT). E também deixou a promessa de que um dia voltará: “Não os deixarei órfãos; voltarei para vocês” (v. 18).

Nossa vocação então, a partir disso, é viver vidas crucificadas – e isso implica em caminhar no mesmo caminho de Jesus, permanecendo pela fé até o fim.

Não tem a ver com desenvolver ou oferecer às pessoas exercícios intelectualmente teológicos. É preciso encontrá-las no campo de batalha de suas emoções. “Jesus chorou” (Jo. 11.35) ao ver a dor humana e não teve medo de conhecer o mais profundo dos nossos corações. Isso é amor. E é por isso que o Advento é tão importante – talvez neste ano ainda mais que em todos os outros.

O que podemos oferecer a um mundo tão cheio de peso e dor, além da esperança de um Salvador que nasceu, levou nossos pecados na Cruz e voltará?

O Advento nos ajuda a perseverar até que Aquele que começou a boa obra em nós a faça frutificar (Fp. 1.6). Nos faz lembrar de que os profetas antigos olharam para o futuro com esperança pela vinda de Cristo (1Pe. 1.10-12). E é para essa mesma esperança que nós olhamos agora. Assim como eles, fixamos nossos olhos no futuro, aguardando a Sua volta.

Agora, somos como peregrinos atravessando o vale da sombra da morte, caminhando entre os dois adventos de nosso Deus e Rei.

Olhe para o futuro

Talvez, este ano tenha sido cheio de questionamentos. Muitos de nós nos perguntamos frequentemente como seguir em frente, quando voltaremos à normalidade – entre tantas outras questões. Mas mesmo em meio a tanta incerteza, podemos nos lembrar da firme esperança que temos em Cristo Jesus, nossa Rocha eterna.

E o Advento vem para nos lembrar de que o que esperamos ansiosamente está cada vez mais perto de acontecer. Por isso, aproveite esse período de “preparo” e olhe para o futuro. Espere no autor e consumador da sua fé.