Sem sombras, reservas ou enganos, mas com transparência, amizade e paciência.

Os relacionamentos, em qualquer circunstância, são sempre um grande desafio para todos. Pode-se imaginar como uma obra de engenharia, uma construção civil, demandando custos consideráveis, tempo e energia. Ou seja, é um trabalho árduo.

Ao observar o relacionamento de Jesus com Seus discípulos, percebe-se que, apesar de ser o Filho de Deus e ter a capacidade de compreender os corações das pessoas e suprir suas necessidades, Ele teve que trabalhar incansavelmente para ajustar esse relacionamento. E, com a assistência do Espírito Santo, todos podem ser bem-sucedidos nesse empreendimento.

No livro de Mateus, quando Jesus se transfigura diante de Seus amigos mais próximos, Ele nos ensina sobre a importância de cultivar relacionamentos sinceros por meio da transparência e da santidade. Ao se revelar nesse momento, Jesus permite que Seus discípulos O vejam em Sua glória, como um ser divino e imortal, participante da natureza divina. Isso ressalta a necessidade de cultivar relacionamentos autênticos, onde a verdadeira natureza de cada indivíduo seja revelada.

O apóstolo João compreendeu essa lição quando escreveu: “Se andarmos na luz, como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros” (1 João 1.7). Relacionamentos sinceros não são construídos com sombras, reservas ou enganos, mas sim com transparência, amizade e paciência, elementos que foram comuns no relacionamento de Jesus com Seus discípulos. Aquele que não permitiu que sua verdadeira natureza fosse conhecida, Judas, acabou perdendo-se.

A importância de manter um ambiente de santidade na igreja, especialmente nas relações de discipulado, é enfatizada. É nesse contexto que a vida de Deus pode fluir e o crescimento espiritual ocorrer. A escritura nos lembra: “Segui a paz e a santificação com todos, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12.14).

Pode ser que as pessoas ainda não estejam percebendo Deus como deveriam, devido à falta de paz e santificação na vida dos crentes contemporâneos. No entanto, o salmista nos assegura: “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união” (Salmos 133.1).

O ápice da transfiguração destaca a importância de ouvir a Deus em nossos relacionamentos e cuidados pastorais na igreja. A ordem dada por Deus, vinda da nuvem, é tão relevante hoje quanto foi para Pedro, Tiago e João naquela ocasião sagrada. É crucial que Jesus seja ouvido e seja o centro de todas as experiências, seja com o Pai celestial, a família, os irmãos da igreja, colegas de trabalho ou amigos mais próximos. O discipulado é o meio pelo qual auxiliamos aqueles que estão próximos de nós a removerem os obstáculos para que a voz de Deus possa entrar em seus corações.

Portanto, assim como foi dito a Pedro, Tiago e João naquele momento, é igualmente relevante para todos nós: “Escutai-O”.