Uma vida de entrega e obediência ao propósito eterno

Na criação, o homem sempre teve um propósito. Mas qual seria esse propósito específico? Com certeza, uma vida com Deus resulta numa vida para Deus. Nossa comunhão com Ele desemboca em um propósito de vida e em projetos que O glorificam.

Na condição de líderes, precisamos ter esse entendimento de modo claro. Esta marca é fundamental na vida de um líder: um desejo constante de conhecer a mente e o coração de Deus e, com isso, conhecer o propósito de Deus.

Esse modelo se repete ao longo da Bíblia na vida de pessoas chamadas para estar com Ele, chamadas para serem seus representantes.

Foi assim com Noé: “E viveu Lameque cento e oitenta e dois anos, e gerou um filho, a quem chamou Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o Senhor amaldiçoou” (Gn. 5.28-29).
Foi assim com Abraão: “E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu se-rás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn. 12.2-3).
Foi assim com Isaque: “Peregrina nesta terra, e serei contigo, e te abençoarei; porque a ti e à tua descendência darei todas estas terras, e confirmarei o juramento que tenho jurado a Abraão teu pai; e multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus, e darei à tua descendência todas estas terras; e por meio dela serão benditas todas as nações da terra” (Gn. 26.3-4).
Foi assim com José: “E José lhes disse: Não temais; porventura estou eu em lugar de Deus? Vós bem intentastes mal contra mim; porém Deus o intentou para bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn. 50.19-20).

O mesmo sucedeu com Moisés, Daniel e tantos outros personagens, cujas histórias estão registradas nas páginas da Bíblia. Deus sempre adotou esse método na vida dos seus servos para concretização do Seu plano redentivo. Um encontro com Deus revela o propósito de cada ser humano.

Estar com Jesus, ser enviado e receber autoridade

Jesus agiu dessa forma também ao convocar os discípulos. “Escolheu doze, designando-os como apóstolos, para que estivessem com ele, os enviasse a pregar e tivessem autoridade para expulsar demônios.” Marcos 3.14-15

É interessante observar essa sequência: estivessem, enviasse e tivessem autoridade. A primeira questão que, como líder, devo saber e experimentar, é que meu principal chamado é estar com Ele, conhecê-lo de fato, aprofundar diariamente esse conhecimento e desenvolver intimidade.

Em segundo lugar, após estar com Ele, aí então ser enviado para cumprir a missão designada.

Em terceiro lugar vem o resultado prático desses dois princípios: a liberação de autoridade espiritual indispensável para a vida cristã e o exercício ministerial.

Um fato interessante a ser lembrado é que tanto Abraão como José, e outros homens da Bíblia, foram provados e testados ao limite máximo de sua capacidade. Não foi nada fácil para José passar por tudo o que passou, sofrer todo tipo de humilhação, ser honrado no Egito e ao final de tudo receber os irmãos que o traíram e perdoá-los.

É um privilégio grandioso ser usado por Deus, mas Ele sabe que precisa nos provar antes
de nos incumbir. O pastoreamento e discipulado com amor são duas ferramentas fundamentais nesse processo, pois visam cuidar bem daqueles que o Senhor têm convocado.

Se Ele usou esse método com tantos, é certo que não será diferente conosco. O Senhor não vai entregar em nossas mãos uma responsabilidade divina sem antes nos submeter a um tratamento que Ele sabe ser necessário. É bem por isso que o apostolo Pedro nos faz a seguinte recomendação.

“Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse; mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis.” 1 Pedro 4.12-13

Se atentarmos para esses princípios e nos submetermos a eles, com certeza seremos aperfeiçoados e habilitados para o serviço cristão de modo satisfatório e agradável ao Senhor. Essa prática e experiência só é possível para aqueles que nasceram de novo, experimentaram morte e ressurreição com Cristo, meditam na Palavra dia e noite e buscam viver no Espirito.

Quer mais conteúdos especiais sobre liderança para sua igreja local?