Um alerta para voltarmos a proclamar o verdadeiro Evangelho

O Evangelho que Jesus mandou pregar é o que produz convicção e tristeza pelos pecados, gerando arrependimento, confissão e abandono, para provar de uma nova vida, ressurreta, na qual as coisas velhas ficam para trás.

É a experiência da inclusão na morte e ressurreição de Jesus, que torna o pecador arrependido em um novo homem (2 Co. 5.17) que, ao ser confrontado com a realidade de seu pecado, experimenta uma verdadeira metamorfose – um pecador é transformado em santo e justo.

É a pregação sempre atual da mensagem de Jesus.

Atualmente, os cultos são preparados para acomodar os pecadores em seu estilo de vida, sem mostrar-lhes o verdadeiro caminho para a eternidade com Cristo. Os cultos são preparados para oferecer entretenimento e diversão, a fim de não ofender o público ouvinte.

Começamos a imitar o modelo das igrejas de “sucesso” nos nossos dias. Seus programas divertidos e atraentes nos chamam a atenção. Os métodos de comunicação visual e auditivo são prioritários. Contratam-se profissionais nas áreas de marketing, psicologia, coaching e outros instrumentos mais, para garantir um auditório lotado e satisfeito consigo mesmo.

Enviamos delegações de pastores e lideres para estudar os métodos destas igrejas e substituímos a pregação do arrependimento (Lc. 24.47) por mensagens voltadas para os “consumidores”.

O estilo de pregação vigorosa, que nos leva a reconhecer nossas fraquezas e misérias na vida espiritual, sucumbiu a um modelo raso, adaptado às necessidades do consumo. As igrejas se adaptaram ao modelo mundano para atrair os pecadores, oferecendo a eles um ambiente onde tudo é igual, sem diferença. Mas isso não produz transformação.

A exposição bíblica foi abandonada. A Palavra de Deus não ocupa mais os sermões bem apresentados. O que prevalece são os “shows” que exaltam os artistas do mundo “gospel”. As composições e letras das músicas são voltadas para o homem, seu valor e conquistas. Não exaltam a Deus e Sua soberania, mas ao homem e seus feitos maravilhosos.

A igreja aprendeu a cantar, dançar, saltar, mas desaprendeu a orar e buscar a Deus e abandonou a Palavra, afastando-se do temor do Senhor.

Profeticamente, Paulo escreveu a Timóteo: “Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina. Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, sentindo coceira nos ouvidos, segundo os seus próprios desejos juntarão mestres para si mesmos” (2 Tm. 4.2-3).

A igreja foi constituída para continuar o ministério de Jesus.

Então nós, como está escrito em 1 Coríntios 1.23: “Pregamos a Cristo crucificado, o qual, de fato, é escândalo para os judeus e loucura para os gentios.” Jesus está construindo Sua igreja – formada de cristãos autênticos que crêem em Cristo. Tendo como finalidade compartilhar e realizar boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas (Ef. 2.10).

Vivemos numa época perigosa. Não é de se admirar que o mundo esteja se perdendo. Somente a Cruz de Cristo, e a mensagem que representa, se interporá entre o abismo da destruição e a vida de bilhões de pessoas suspensas à beira da ruína.

Somente a igreja pode proclamar essa verdade! Precisamos trabalhar junto com o Espírito Santo para que haja um verdadeiro avivamento entre nós (Hc. 3.2).

O querido pastor Charles Swindoll escreveu: “Mesmo inserida em uma cultura caracterizada pelo pós-modernismo – onde tudo é relativo, destruindo o critério moral, e substituindo-o por critério nenhum – e viciada em consumo, a igreja não necessita de truques para atrair as pessoas. Precisa, sim, ensinar as verdades bíblicas de maneira interessante e vivenciá-las de modo autêntico e transparente, tanto no relacionamento com o Senhor, como uns com os outros.”

A esperança é que nos envolvamos com o projeto de Deus para nossa geração, sem invencionices e ardis humanos, renovando nossa paixão por Jesus e Sua causa, “anunciando as boas novas e fazendo discípulos” (Mc. 16 e Mt. 28), como prioridades fundamentais.

A igreja foi perseguida por viver esta verdade, e os apóstolos foram martirizados. Entretanto, viraram o mundo de cabeça para baixo, proclamando esperança e salvação, resgatando as pessoas por meio da Mensagem da Cruz!

Porventura teríamos hoje um chamado diferente? É hora da igreja despertar.

Pr. Carlos Alberto Bezerra

Fundador e presidente da Comunidade da Graça e da Rede Comuna

Quer mais conteúdo sobre desenvolvimento de líderes?