Como viver sem medo do futuro e longe do engano

Começar ou terminar um relacionamento, fazer este ou aquele curso na faculdade, sair ou ficar em tal emprego, morar nesse estado ou em outro… Uma das coisas mais difíceis na caminhada cristã é entender qual é a vontade de Deus. Sabemos que Ele tem o melhor para nós, a Bíblia nos ensina isso em Jeremias 29.11 e em Romanos 12.2, mas não sabemos como tomar as decisões corretas e muitas vezes isso nos aflige.

Em diversos momentos oramos da seguinte forma: “Senhor, que seja feita a Sua vontade”, mas como saber qual é a vontade de Deus para nossa vida? Como entender o que Ele quer de nós? Aqui, eu proponho quatro formas de conhecer Sua vontade e evitar sermos enganados e confundidos: 

O primeiro lugar onde procuramos conhecer Sua vontade é nas Escrituras. Elas são a segura Palavra de Deus e nunca falham! Se apenas vivêssemos em conformidade com elas, nos sairíamos muito bem (Sl. 119.105).

Sem a Bíblia nos corrompemos e ficamos suscetíveis ao erro (Mc. 12.24). Nenhuma direção do Senhor irá contra Sua palavra ou revogará os princípios contidos nela.

Na Bíblia há muitos registros de Deus falando audivelmente às pessoas. Não há razão bíblica para que Deus não possa ou não vá falar assim com alguém nos dias de hoje. Mas é exceção, não regra.

Por que faço essa declaração? Porque nos dias de hoje é absurdamente frequente pessoas acharem que “Deus lhes disse” algo quando, na verdade, o que há é um mero pensamento humano. O crivo é Sua Palavra.

O Senhor não falará nada que contradiga o que está escrito na Bíblia. De fato, Ele nos fala ao coração enquanto estamos lendo, estudando e meditando na Sua Palavra. Ou também podemos ouvir Sua voz quando o Espírito Santo nos traz à memória algum versículo específico. É algo tão claro que parece que Deus o estivesse a gritar. Isso certamente irá produzir em nós uma convicção interior.

O apóstolo Paulo foi duas vezes impedido de entrar na Ásia, até que entendeu que era o momento de ir para a Macedônia (At. 16.6-10). Devemos buscar ao Senhor em oração e meditar em Sua palavra até ouvir Sua voz.

A Bíblia foi escrita por homens inspirados pelo Espírito Santo. E, logicamente, Ele continua inspirando a muitos e muitos outros para que o Reino de Deus seja implantado na Terra. Ele é o Consolador a quem Jesus se refere em João 14.16-17.

O Espírito Santo deve ser para nós o que o próprio Jesus foi para os discípulos quando estava em carne aqui na terra. O Espírito Santo nos convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo. 16.7-8), abre nosso entendimento para o Evangelho (1 Co. 2.14), nos sela (Ef. 1.13), consola e guia (Jo. 16.13). Como não dependermos dele então para conhecer a vontade de Deus?

Um conselheiro piedoso também pode nos ajudar a encontrar a vontade de Deus (Pv. 11.14). Deve ser alguém mais experiente e maduro na fé, que está há mais tempo na jornada cristă e que acredita verdadeiramente na Bíblia e segue seus princípios. Ou seja, alguém cuja vida testemunha Cristo e que, quando necessário for, falará exatamente aquilo que não gostaríamos de ouvir.

E isso não é um detalhe menor. Acontece que muitos procuram ter comunhão apenas com aqueles que falam o que desejam ou concordam com tudo o que fazem. Mas um verdadeiro conselheiro também vai nos confrontar no momento certo, em amor e segundo a Palavra, porque sabe que ela é “útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça” (2 Tm. 3.16).

Nem sempre é fácil fazer as escolhas certas; às vezes falhamos porque agimos por impulso ou porque não confiamos totalmente em Deus e fazemos do nosso jeito. Com isso, sofremos, nos ferimos e ficamos no prejuízo, mas precisamos aprender com os erros para não praticá-los outra vez e crer que Deus faz cooperar tudo para o nosso bem, inclusive as coisas que deram errado (Rm. 8.28).

O Salmo 25.12 diz: “Ao homem que teme ao Senhor, Deus o instruirá no caminho que deve escolher”. Ele vai nos guiar para conhecermos verdadeiramente Sua boa, perfeita e agradável vontade. E assim como Jesus, nós também, de todo coração, oraremos assim: “Pai, por sobre todas as coisas, seja feita a Tua vontade.”

Carlos Alberto Bezerra