A intimidade com a Palavra é o segredo

A Bíblia nos mostra claramente a dualidade do mundo em que vivemos. Ele é tanto natural quanto espiritual. As duas realidades interagem e influenciam nossas experiências. Foi Deus que criou todas as coisas, as visíveis e as invisíveis, e Ele comanda o Universo, em todos os âmbitos, com poder e glória.

É também por meio da Palavra de Deus que passamos a entender a nossa existência, nosso propósito, nossa identidade e destino, o mundo e tudo o que nele existe. E ela nos auxilia para conhecermos melhor a dinâmica das realidades natural e espiritual, a questão da luta entre o bem e o mal, a soberania do Senhor sobre tudo o que existe e Seu maravilhoso plano de salvação.

Por que passamos por lutas?

Na Palavra entendemos a razão de enfrentarmos lutas e adversidades:

“Nós não lutamos contra inimigos de carne e sangue, mas contra governantes e autoridades do mundo invisível, contra grandes poderes neste mundo de trevas e contra espíritos malignos nas esferas celestiais” (Ef. 6.12).

Para trafegarmos com segurança e autoridade nesse ambiente, é necessário manejar bem as armas espirituais que o Criador nos deu. A Bíblia é uma dessas armas; ela é a “espada do Espírito” (Ef. 6.17), ferramenta que pode ser utilizada tanto para o ataque quanto para a defesa mediante a confissão vitoriosa da Palavra.

Quando confessamos destemidamente cada verdade que a Bíblia contém, neutralizamos as investidas do inimigo. Também é por meio do conhecimento acerca do que o Senhor diz que mantemos a serenidade e a paz em tempos de crise e tribulação. Manejar bem a espada do Espírito, no entanto, exige que tenhamos intimidade com ela.

Confessar ou repetir?

É muito importante deixar claro que confessar a Palavra não é o mesmo que repeti-la como um mantra ou fazer declarações descontextualizadas e descabidas. Não se trata de uma relação supersticiosa com as verdades sagradas, mas de afirmações feitas na base da fé racional de que o que está escrito é verdade e é para minha vida. Que isso que Deus prometeu irá se cumprir, porque Ele é fiel (Dt. 7.9).

Por exemplo, se a gripe afetar seu corpo, dizer que não está sentindo nada quando a febre e a dor o vitimam não é confessar a Palavra, mas proferir uma mentira! A pessoa que maneja bem as Escrituras saberá que pode reconhecer o infortúnio como fato, mas, mesmo em meio à dor, confiará que Deus é “nosso refúgio e nossa força, sempre pronto a nos socorrer em tempos de aflição” (Sl. 46.1).

Nosso exemplo sobre o que é verdadeiramente confessar: Jesus!

Veja que Jesus fez exatamente isso na hora em que foi tentado pelo inimigo (Lc. 4.1-13). A cada investida de Satanás, a resposta de Cristo foi sempre a mesma: “Está escrito”. Ele confessava a Palavra com autoridade, cheio do Espírito Santo. E o inimigo não teve opção, teve de se afastar dele.

Isso é confessar a Palavra. Isso é saber manejar a espada como um verdadeiro guerreiro. Isso é colocar em prática o poder do Senhor para trazer à existência aquilo que não existe (Rm. 4.17). Isso é fé prática.

A Palavra de Deus é como a receita do médico pela qual sabemos qual medicamento atuará contra algo que agride nosso organismo. O nosso Pai se encarregou pessoalmente de escrever a prescrição contra o pecado. E, uma vez que foi Ele quem a prescreveu, podemos ter total confiança, “Pois a palavra do Senhor é verdadeira e podemos confiar em tudo que ele faz” (Sl. 33.4). O tratamento que está disponível é o oferecido pelo poder da Palavra.

Onde a palavra de Deus opera?

Em nós… mas em nós que cremos! A palavra de Deus não opera em gente que não crê. Nós perdemos se não somos edificados e fortalecidos por meio do ensino da Bíblia Sagrada. Temos de trabalhar com a Palavra e não com historinhas ou com conversa fiada. Afinal, “a fé vem por ouvir, isto é, por ouvir as boas-novas a respeito de Cristo” (Rm. 10.17).

E é apenas pela fé que podemos permanecer firmes diante das intempéries da vida, pois “aquele que duvida é como a onda do mar, empurrada e agitada pelo vento. Ele não deve esperar receber coisa alguma do Senhor, pois tem a mente dividida e é instável em tudo que faz” (Tg. 1.6-8).

Devemos ter sempre em mente que a Palavra de Deus se torna a chave para o cumprimento do propósito do Senhor em nossas vidas na medida em que a conhecemos e aprendemos a confessá-la, pois “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para nos ensinar o que é verdadeiro e para nos fazer perceber o que não está em ordem em nossa vida. Ela nos corrige quando erramos e nos ensina a fazer o que é certo. Deus a usa para preparar e capacitar seu povo para toda boa obra” (2Tm. 3.16-17). 

Pr. Carlos Alberto Bezerra

Pastor e Fundador da Comunidade da Graça e Rede Comuna

Quer mais conteúdos especiais sobre o entendimento da Palavra de Deus?