Especialmente diante dos elogios

É muito comum os líderes ouvirem elogios. Na maioria dos casos são apenas expressões de amor que refletem o esforço do trabalho feito para a glória de Deus. Mas é difícil para uma pessoa que só ouve elogios distinguir o que precisa ser corrigido na sua vida diária. E existe um sério risco para um líder em ser elogiado permanentemente. Se ele não estiver firmado na Rocha, pode esquecer do fato de que tudo é dEle, por Ele e para Ele (Romanos 11.36).

O pastor John Piper, um dos mais influentes pregadores batistas e autores do século XXI, que serviu como pastor sênior na Igreja Batista Bethlehem em Minnesota por 33 anos, escreveu uma lista com as 10 coisas que ele costuma fazer para lutar contra o orgulho que os elogios possam criar nele ou em qualquer um dos líderes cristãos que trabalham ao redor do mundo para a implantação do Reino de Deus na Terra. Reproduzimos aqui na rede comuna essa lista:

  1. Traga à memória que você não é auto-existente, somente o Deus Trino é. Somente Deus é absoluto, você é completamente dependente de Deus desde sua origem e para sua existência no presente e no futuro. Traga isso à mente e reflita nessa verdade.
  2. Lembre-se, por natureza você é um pecador depravado e, vivendo no pecado, tem tratado Deus com desprezo, preferindo outras coisas à Sua glória. Cada uma das suas ações é falha porque a perfeição é dEle. Então perceba que Deus não lhe deve nada.
  3. Reflita sobre sua condição. Ela é tão desesperadora que só poderia ser remediada pela morte horrível do Filho de Deus, para suportar o seu castigo e lhe fornecer justiça. E regozije-se no perdão e justiça que são seus em Cristo.
  4. Medite nas Escrituras que dizem: “Revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte.” (1 Pedro 5:5-6; veja também Tiago 4:6-10). E “aquele que entre vós todos for o menor, esse mesmo é grande.” (Lucas 9:48; Mar- cos 9:35 e Mateus 20:26).
  5. Ore para que os olhos do seu coração vejam essas verdades bíblicas pelo que elas realmente são.
  6. Peço a Deus que lhe faça não somente ver essas verdades, mas também senti-las com um senso de mansidão, humildade e quebrantamento que corresponde ao verdadeiro peso que elas têm.
  7. Renuncie a desejos por louvor, fama e estima quando os veja se levantando no seu coração. Diga: “Não! No nome de Jesus saia da minha cabeça!” E volte a sua mente em oração para a beleza, verdade e dignidade de Cristo.
  8. Tente receber todo criticismo – de amigo ou inimigo – com a suposição de que existe pelo menos alguma verdade da qual você possa se beneficiar. “Portanto, meus amados irmãos, todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para fa- lar, tardio para se irar.” (Tiago 1:19)
  9. Lute para cultivar a alegria em Cristo e a Sua sabedoria, poder, justiça e amor que trazem mais satisfação do que os prazeres do louvor humano, sendo o seu objetivo que, pelo Espírito, lhe seja concedido o milagre do auto-esquecimento na admiração de Cristo e no amor às pessoas.
  10. Finalmente, procure frequentemente nos escritores mais antigos que conheceram Deus profundamente, o que a maioria de nós, pessoas modernas, parece incapaz de fazer. Dirija-se, por exemplo, a Jonathan Edwards, de quem as descrições de humildade despertam os mais profundos anseios em mim e em muitos outros, como por exemplo, quando ele escreveu sobre Cristo em 28 de novembro de 1751:

“Ele é de fato dotado de infinita majestade, para nos inspirar com reverência e adoração; porém essa majestade não precisa nos amedrontar, pois a vemos combinada com humildade, mansidão e doce condescendência. Podemos sentir a mais profunda reverência e auto-humilhação e ainda ter nossos corações atraídos doce e poderosamente a uma intimidade mais livre, confidencial e agradável. O medo, tão naturalmente inspirado por sua grandeza, é dissipado pela contemplação da sua suavidade e humildade, enquanto a familiaridade, que poderia surgir apenas dessa visão de beleza do seu caráter, nunca é impedida pela consciência da sua infinita majestade e glória. A visão de todas as suas perfeições unidas nos enche com uma doce admiração, humilde confiança, com amor reverencial e agradável adoração”. (Works, Vol. 1 (Edinburgh: Banner of Truth), p. cxxxix)

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