Uma abordagem cristã e simples para lidar com o problema tão comum que tem nos afetado

Palpitação, suor excessivo, tremor, sensação de falta de ar, náusea, tontura, dor no peito, calafrio e medo de morrer. Esses são alguns dos sintomas de quem está tendo uma crise aguda de ansiedade.

Por que falar sobre esse assunto?

No relatório da Organização Mundial da Saúde, o Brasil ficou em primeiro lugar com a maior parcela da população que sofre de distúrbios de ansiedade: 9,3%. São quase 19 milhões de pessoas. Com o distanciamento social e a insegurança, causados pela pandemia da COVID-19, esse número só aumentou, levando quatro em cada 10 brasileiros (41%) a se sentirem ansiosos em diversos níveis.

Segundo o dicionário Houassis, “ansiedade” é “estreitar, oprimir, apertar”.

É como se alguma coisa ficasse na nossa garganta nos sufocando. É diferente daquela sensação que um jovem pode ter no peito no momento em que vai à casa dos pais da moça para pedi-la em namoro. Uma vez que passou, ela cessa. Não, estamos falando de algo diferente, de algo que gera angústia. Da sensação de que tudo sempre pode dar errado, da necessidade de estar no controle de toda e qualquer situação, de estarmos constantemente nos preparando para receber uma notícia ruim. De sentir que tudo é uma ameaça e que precisamos nos proteger o tempo todo dos ataques (mesmo que eles sejam puramente irreais).

Isso é sufocante. Isso é ansiedade.

O ritmo de vida que levamos diariamente tem nos conduzido a pensar que é normal vivermos ansiosos. Mas isso não é verdade. Deus não pensa assim e Ele não nos criou para sermos ansiosos, principalmente porque “o coração ansioso deprime o homem” (Pv. 12.25). Se trata de ser simples, e não complicado. Muitas vezes, complicamos as coisas porque seguimos nossa emoção e não somos simples como a Palavra diz.

Vejamos o início de tudo. Quando criou Adão e Eva, Deus deu a eles uma instrução simples: 

“Coma livremente de qualquer árvore do jardim, mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá” (Gn. 2.16-17).

Eles viviam livremente no Jardim do Éden e tinham um relacionamento profundo com o Senhor.

Mas, então, a serpente foi até a mulher com um argumento complicado: “Foi isto mesmo que Deus disse: ‘Não comam de nenhum fruto das árvores do jardim’?” Respondeu a mulher à serpente: “Podemos comer do fruto das árvores do jardim, mas Deus disse: ‘Não comam do fruto da árvore que está no meio do jardim, nem toquem nele; do contrário vocês morrerão’”. Disse a serpente à mulher: “Certamente não morrerão! Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos se abrirão, e vocês, como Deus, serão conhecedores do bem e do mal”” (Gn. 3.1-5). A partir daí toda a simplicidade se perdeu. E junto com ela, o relacionamento com Deus. O homem e a mulher perceberam que estavam nus e passaram a sentir vergonha, medo e ansiedade (Gn. 3.6-10).

A complicação sempre vai nos trazer ansiedade.

Mateus 7.13-14 fala sobre algo simples e algo complicado: “Entrem pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição, e são muitos os que entram por ela. Como é estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida! São poucos os que a encontram”.

Muitas vezes, pensamos que é muito difícil seguir a Deus e a Sua vontade. Mas, na verdade, é o mais simples. O caminho largo é como um deserto ou uma floresta fechada, pode ser gigantesco, mas não tem sinalização. Não tem um destino claro e nem senso de direção. Já o caminho estreito não tem desvio, leva a um destino final, foca na eternidade.

A vitória sobre a ansiedade

Como filhos e filhas de Deus, precisamos nos lembrar de três coisas simples que nos ajudam a compreender melhor essa era de ansiedade em que o mundo está inserido:

  • Criação: Deus nos criou com um propósito, para termos um relacionamento com Ele, sermos uma família com muitos filhos semelhantes a Jesus e deixarmos o Espírito Santo habitando em nós para que possamos transformar o mundo.
  • Queda: O pecado rompe esse relacionamento criado por Deus, e através disso entram a vergonha, o medo e a ansiedade. O Senhor deixa de ser a nossa salvação e, agora, nós mesmos somos nossos próprios salvadores. Nos afastamos de Deus e o resultado disso é quebra de relacionamento.
  • Redenção: Jesus nos reconecta com Deus (a primeira parte do grande plano de redenção). Ele está realinhando os corações, transformando nosso caráter. Ele começa a obra de dentro para fora.

O resultado da conversa da serpente foi o de complicar a vida de Adão e Eva, e, consequentemente, a nossa. Quando acreditamos que a desconexão com Deus que eles experimentaram após o pecado é o padrão de hoje em dia – o “normal” –, começamos a viver uma vida seriamente afetada por pensamentos e conclusões defeituosas. Aí fica difícil confessar e acreditar que “o amor lança fora todo medo” (1Jo. 4.18), não é mesmo?!

Por isso, não podemos aceitar que somos ansiosos, porque isso é fruto do pecado. Precisamos voltar a ter o relacionamento com Deus que foi quebrado, mas foi restaurado em Jesus Cristo.

Quando voltamos a nos relacionar com nosso Criador, nosso Pai, nossa identidade original volta a ser nossa realidade, e podemos acessar uma vida sem ansiedade, sem medo e sem vergonha.

A ansiedade só pode ser combatida quando temos um relacionamento constante com Jesus.

É mais simples obedecer aos mandamentos do que tentar complicar nossa vida justificando nosso pecado com outras saídas ou erros. Não fomos criados para ter medo, para andar ansiosos, mas para vivermos protegidos pelo amor incondicional do Senhor e descansar nele.

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