Muito além de um projeto para o ano novo, a leitura bíblica é uma arte que aponta para Jesus – e deve ser priorizada

É importante saber os fundamentos da linguagem e da comunicação, os sujeitos, verbos e objetos e, mais importante, as conjunções. Muito se pode ganhar em desossar alguns princípios básicos da língua portuguesa. É bom ter bons auxiliadores de estudo bíblico, como resumos, introduções e comentários confiáveis (especialmente para os profetas do Antigo Testamento) e ter alguma noção de como as Escrituras foram organizadas como um todo.

E assim como aprendemos a andar de bicicleta com rodinhas, pode ajudar ter alguém que decifrou algum método simples de “estudo bíblico indutivo” com os passos de dança da observação, interpretação e aplicação. Rudimentar, abordagens memoráveis como esta abundam em círculos cristãos sérios. Eles são um presente para nos ajudar a continuar e a vir ao intimidador ‘grande Livro’ com alguma ideia do que fazer.

Mas o ponto de aprender um pouco da ciência por detrás de tudo isso é estar pronto para dançar quando a música começar a tocar. E o melhor da dança não é só ensinado nas aulas de dança, mas o que aprendemos na prática.

A boa leitura bíblica não é simplesmente ciência; é uma arte. A Bíblia por si só é uma compilação especial de grandes trabalhos artísticos. E a melhor forma de aprender a arte da leitura bíblica para nós mesmos é esta: leia você mesmo

Pergunte a um cristão mais velho

Pergunte a um cristão mais velho e persistente que tem lido a Bíblia há décadas. Veja se ele tem uma boa e clara fórmula sobre como ele faz sua leitura diária. Ele tem três ou quatro passos simples e memoráveis pelos quais passa todos os dias? A resposta provavelmente será não; ele aprendeu como passar do tempo que há mais arte do que isso.

Ou, de forma mais ampla, pergunte simplesmente “como você faz com relação à leitura bíblica?” Você provavelmente verá em sua expressão que é uma pergunta difícil de responder. Não porque não existem algumas pequenas e básicas coisas “científicas”, como as bases de leituras e compreensão, ou os vários padrões e métodos que ele desenvolveu para alimentar sua alma durante anos, mas porque ele aprendeu que muito de boa leitura bíblica é uma arte. É uma habilidade aprendida no envolvimento com a tarefa, não simplesmente seguindo instruções formais. E aqueles que leram mais as suas Bíblias são os que aprenderam melhor o ofício.

Aprenda a arte através da prática

Nenhum autor bíblico nos dá um bom e claro acróstico de como fazer com nossos devocionais diários. Isso pode ser intimidador para o iniciante que quer ajuda, mas na longa jornada isso demonstra uma libertação maravilhosa. Pode ser de grande ajuda ter rodinhas por um tempo, mas uma vez que você aprendeu a andar de bicicleta, essas coisas a mais presas atrás de sua bicicleta são terrivelmente restritivas e limitadoras.

No final do dia, simplesmente não há nada que substitua encontrar um horário e um lugar apropriados, bloquear as distrações, colocar nossos narizes no texto e deixar que nossas mentes e corações sejam capturados, guiados e comovidos por Deus falando conosco em Suas palavras objetivamente escritas.

Então, no começo de um ano novo, se você se sente desconfortável com as Escrituras e inadequados na arte de ler a Bíblia, a única e mais importante coisa que você pode fazer é uma prática regular de leitura bíblica por si mesmo. Não há nada que substitua alguns minutos por dia focados no texto bíblico. Você pode se surpreender no quanto os pequenos passos fazem diferença no longo caminho.

Por mais que queiramos algo rápido, lições expressas que nos fazem quase especialistas em oito minutos, o melhor da leitura da Bíblia não se aprende da noite pro dia, ou mesmo depois de um semestre de leituras, mas dia após dia, semana após semana, mês após mês, e ano após ano mergulhando na Palavra, deixando que as palavras de Deus encham nossas mentes, inspirem nossos corações e dirijam nossas vidas. É aí que nós vemos, vagarosamente, as luzes brilhando em qualquer lugar conforme passamos pela vida e continuamos caminhando através dos textos.

Descubra a arte da meditação

Pense na sua leitura bíblica como uma avaliação diária do panorama bíblico para encontrar um ponto para parar e meditar por alguns minutos, o que é o ponto alto e o momento mais rico do aprofundamento na Palavra. Vá para a amplitude na leitura e o aprofundamento no estudo, onde você para em algo que não entende, questiona e dá respostas, consultas e recursos e talvez até capture uma breve reflexão em palavras ou num diagrama.

Há espaço para investigação na leitura bíblica e para reunir as folhas num ritmo rápido, mas quando nos aprofundamos no estudo da Bíblia, desenterramos os diamantes. Na meditação, nos maravilhamos com as joias. A leitura bíblica é como assistir a um filme em tempo real. O estudo é como ver um clipe quadro a quadro. A meditação, então, com a memorização das Escrituras, é para passar mais tempo em certos trechos e colocar o seu significado em nossos corações e em nossas vidas.

Cresça em encontrar Jesus

Uma última coisa a se dizer sobre a leitura bíblica como uma arte, não somente como ciência, é que Jesus ensinou seus apóstolos a ler as Escrituras no que podemos chamar de uma forma artística. A parte científica da leitura bíblica é essencial, mas não precisa de uma leitura tão rígida, rigorosa e moderna que somente as profecias mais explícitas e específicas se apliquem a Jesus, ou que o texto sempre seja direcionado aos ‘leitores originais’ e nunca a nós.

Jesus mesmo lia as Escrituras com muito mais tato – de forma inventando coisas, mas vendo com os olhos da fé o que realmente deve ser visto abaixo da superfície, normalmente fora de vista para a mente natural. Uma leitura tão profunda é como um gosto adquirido através da prática regular, não é uma habilidade facilmente transferida; é desenvolvendo a paleta apostólica para encontrar Jesus através das Escrituras, em Suas muitas texturas e nuances, sem cair na descrença ou no fingimento. É aprender com o apóstolo João que “o testemunho de Jesus é o espírito da profecia” (Ap. 19.10).

E então “começando com Moisés e todos os profetas”. Jesus mesmo “interpretou a eles em toda a escritura as coisas a respeito dele mesmo” (Lc. 24.27).

Ele reivindicou, “Abraão regozijou-se em ver o meu dia. Ele o viu e se alegrou” (Jo. 8.56). Ele disse Moisés “escreveu de mim” (Jo. 5.46), e que “tudo escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos profetas e nos salmos deve ser cumprido” (Lc. 24.44). E então Ele abriu suas mentes – além de sua limitada e caída razão – para verdadeiramente entender as Escrituras (Lc. 24.45).

Conforme aprendemos a ler a Bíblia não apenas com o lado esquerdo do nosso cérebro, mas com nossa mente e nosso coração, vemos o quanto os apóstolos ouviram os sussurros das Escrituras – e como eles viram ponteiros para Jesus em todo lugar.

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