O segredo do confronto gentil
O confronto gentil deve ser o nosso modo de operar. Texto de Clint Archer – pastor da Christ Fellowship Baptist Church em Mobile, Alabama.
Foi em uma viagem de pesca em família onde aprendi uma lição objetiva sobre como confrontar de maneira gentil.
Recentemente, fui pescar com meus filhos. Devo admitir que não sou muito chegado a isso, mas o meu filho mais velho se dá muito bem e gosta de toda a aventura. Ao contrário de seu pai, ele é corajoso quando se trata de tocar animais. Mas foi seu carinho que realmente me impressionou naquele dia.
Como a maioria das crianças, ele tem um ponto fraco no coração por animais. Ele não gosta de pisar em insetos e prefere realocá-los do que exterminá-los. Quando pegamos o peixe, tivemos um dilema. Nós não íamos leva-lo para casa. Então, tínhamos concordado que, se pegássemos algo, removeríamos o anzol e o jogaríamos de volta na água.
Então, contra todas as probabilidades, peguei um peixe.
Ele não era enorme, mas era grande o suficiente para ter a boca presa no anzol. Eu observei como meu filho, que nunca tinha feito isso antes, removeu cuidadosamente e gentilmente o anzol da boca do peixe. Ele teve que conseguir manter a boca do peixe aberta e empurrar suavemente o anzol mais fundo em sua boca, a fim de causar o mínimo de danos possível. E ele fez isso com tanta ternura e tanto cuidado que me comoveu emocionalmente.
Não muito tempo depois disso eu preguei Gálatas 6:1: “Irmãos, mesmo que alguém seja pego em qualquer transgressão, vocês que são espirituais, restaurem tal pessoa em um espírito de gentileza…”
E imediatamente me lembrei do meu filho, daquele peixe e do segredo do confronto gentil.
É imperativo confrontar.
Muitos cristãos têm medo de dizer alguma coisa. Eles não querem sujar as mãos, não querem arruinar um relacionamento, não querem fazer o trabalho duro da disciplina da igreja ou ajudar um irmão ou irmã a superar um vício.
Muitos cristãos são covardes quando se trata da tarefa vital do confronto gentil.
Talvez eles pensem que é o trabalho do pastor. Talvez quando eles lêem este versículo e veem a palavra espiritual, pensem que está falando de super-cristãos ou cristãos que foram salvos por décadas. Mas o significado claro do texto é falar sobre uma pessoa que possui o Espírito Santo. Em outras palavras, qualquer um que seja salvo e ande em obediência às Escrituras.
Aquele que está obedecendo às escrituras não pode adaptar a verdade. E a verdade é que “o peixe capturado no anzol está em grave perigo”!
Uma pessoa que está amarrada, presa no pecado precisa ser confrontada de maneira gentil, como se alguém removesse o anzol de maneira delicada e gentil. Eles precisam de outra pessoa para isso.
O confronto gentil deve ser o nosso modo de operar.
O papel de quem confronta em amor é ouvir e ser humilde, mostrar os possíveis pontos cegos com o intuito de – usando a analogia da pesca – retirar o anzol de maneira que faça o menos estrago. Muitos estão em situações que estão laçados pelo pecado e confusão, mas não conseguem se livrar.
Muitas vezes, especialmente com quem conhecemos, podemos ser rudes ao comunicar a verdade. A gentileza é, naturalmente, um fruto do Espírito. E aquele que foi transformado pelo Espírito Santo crescerá ao longo do tempo em sua capacidade de liberar toda a verdade e nada além da verdade, de maneira gentil.
Gentileza não significa reter a verdade. Mas gentileza significa que a entrega será diferente por causa do Espírito Santo que vive na vida daquele que confronta. Se não formos gentis, podemos até remover o anzol da boca com sucesso, mas talvez causemos danos irreparáveis a quem foi confrontado.
É inaceitável não confrontar um irmão ou irmã em pecado. Obviamente, há necessidade de muita sabedoria para confrontá-los e tentar resgatá-los. Ao mesmo tempo, é inaceitável confrontar essa pessoa sem gentileza.
Então, como fazemos nosso trabalho ordenado por Deus de confrontar um irmão ou irmã que precisa de resgate, devemos ser gentis. Por amor a eles e amor à sua alma, devemos ir até eles liberando toda a verdade, mas devemos fazê-lo de uma maneira que agrade ao Senhor.
Deixe-me também dizer que ninguém é a prova de erros. Se você foi duro com alguém em um confronto, nada está impedindo você de ir até a pessoa e pedir perdão. Lembre-os do seu amor por eles e que a razão pela qual você foi até eles em primeiro lugar foi por causa da preocupação, mas peça-lhes perdão pela maneira como você os confrontou e peça-lhes para orar para que você aprenda a ser mais gentil no futuro.
O confronto gentil mostra o coração de Deus e restaura as pessoas para uma vida de relacionamento umas com as outras e também com o Pai. Vivamos essa vida de relacionamentos saudáveis!
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