A Dinâmica do Ministério de Música
Entender o que a Bíblia fala sobre as qualidades de um ministro é essencial para cumprir o propósito da adoração na casa de Deus
A igreja é o Corpo de Cristo, um organismo vivo que existe para expandir e estabelecer o Reino de Deus aqui na terra. Toda essa vida se expressa através de vários ministérios, que existem para abençoar os que já fazem parte da família a alcançar aqueles que ainda precisam experimentar a nova vida em Jesus.
Por isso, tudo o que fazemos deve ser cheio de excelência, já que o fazemos para o Pai. E é preciso saber o que a Palavra nos instrui com relação a esses ministérios e o serviço dentro deles.
Aqui na Rede Comuna, queremos equipar você, pastor ou líder local, para organizar a sua igreja e servir ainda melhor a Deus e as pessoas. Por isso, preparamos conteúdos específicos relacionados a cada ministério. Começamos falando sobre a dinâmica do ministério de música e quais devem ser as qualificações de um ministro segundo a Palavra.
“Eles e suas famílias estavam preparados para cantar diante do SENHOR, e todos, 288 no total, eram músicos talentosos.” 1Cr. 25.7
A Palavra nos ensina como nosso Deus é um Deus musical. Em Deuteronômio 31:19, vemos que Ele escreveu um cântico e o deu a Moisés para que entregasse aos filhos de Israel.
A própria Bíblia é um livro repleto de citações sobre experiências musicais (Jó 38:7). O livro dos Salmos, por exemplo, é o que apresenta o maior número de capítulos. São 150 poemas musicais. Portanto, a importância da música dentro do plano de redenção do homem e da natureza é indubitável.
Igualmente importantes são o processo e o método divino para a execução deste projeto. E é justamente aqui que se encaixa o ministério de música na casa de Deus. Existem critérios e princípios divinos que precisamos conhecer e observar atentamente para que estejamos comprometidos com o modelo do Pai.
Qualificações de um Ministro
O texto de 1 Crônicas 25.7 fala sobre os que ministravam na casa da Deus, e destaca o fato de eles serem mestres instruídos e talentosos. O que isso quer dizer? A Palavra nos dá essas características e elas são essenciais para o serviço no ministério musical ainda hoje. O que leva alguém a se tornar um ministro de música instruído no canto do Senhor? E um mestre?
Ser nascido de novo
Em João 3.3, o Senhor disse a Nicodemos: “Se alguém não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus”.
Nascer de novo não é ter “aceitado Jesus” algum dia. Nascer de novo é morrer para o pecado, como o apóstolo Paulo diz em Romanos 6.7: “Pois, quando morremos com Cristo, fomos libertos do poder do pecado”. É ter o velho homem e a natureza carnal crucificados (Gl. 5.24; Rm. 6.6) e não viver sob o domínio da lei e do pecado (Rm. 8.2; 6.14-18).
É estar morto para o pecado e vivo para Deus, regenerado: “Da mesma forma, considerem-se mortos para o poder do pecado e vivos para Deus em Cristo Jesus” (Rm. 6.11).
Ser regenerado é ser mais que vencedor!
Ser separado por Deus
Davi separou para o ministério homens para profetizarem com seus instrumentos. Todos eram aptos para aquela obra.
Ser separado é ser consagrado para servir conforme o propósito de Deus. Quando gerados de novo, somos separados do pecado a fim de servirmos a Deus e vivermos para Ele (2Co. 5.15). Ser ministro de música, portanto, é ter convicção de ter sido separado por Deus.
A evidência clara de que alguém tem o chamado divino são os frutos que seguem o seu serviço, já que “se o grão de trigo não for plantado na terra e não morrer, ficará só. Sua morte, porém, produzirá muitos novos grãos” (Jo. 12.24) e que glorificamos ao Pai através dos frutos (Jo. 15.18).
Quando somos separados e vivemos em santidade, nossa fé vem acompanhada das obras (Tg. 2.18,26), do serviço, do que fazemos para adorar a Deus e prestar-Lhe culto em nossa vida diária.
Habitar no conselho de Deus – identificação com o altar
“Meus filhos, não sejam mais negligentes quanto a seus deveres! O Senhor os escolheu para estarem diante dele, para o servirem, para dirigirem o povo no culto e para lhe queimarem incenso” (2Cr. 29.11).
Alguém que não tem identificação com o altar não é ministro de música. Há uma grande diferença entre um ministro de música e alguém que simplesmente toca um instrumento. O ministro se identifica com Deus e usa da música e do instrumento para o seu crescimento espiritual. O tocador está identificado com seu instrumento e visa apenas seu desempenho musical.
Isso envolve duas questões básicas: identificação e motivação (Mt. 6.19-21). Quem quer ser ministro de música precisa saber que o caminho de Deus (resposta e direção) está no santuário (SI. 77:13a). O fogo divino está derramado no altar continuamente.
Portanto, o “endereço” do fogo é o altar de Deus: “Enquanto isso, o fogo do altar será mantido aceso; nunca deverá se apagar. A cada manhã, o sacerdote acrescentará mais lenha ao fogo, arrumará sobre ele o holocausto e queimará nele a gordura das ofertas de paz. Lembrem-se de que o fogo deverá ser mantido aceso no altar o tempo todo; nunca deverá se apagar” (Lv. 6.12-13).
A. W. Tozer disse: “Nunca ouça um homem que não ouve a Deus”. Enfim, a qualidade do ministério de música está vinculada à vida no altar, a ser como um sacrifício vivo: “Portanto, irmãos, suplico-lhes que entreguem seu corpo a Deus, por causa de tudo que ele fez por vocês. Que seja um sacrifício vivo e santo, do tipo que Deus considera agradável. Essa é a verdadeira forma de adorá-lo” (Rm. 12.1).
Ter coração de servo
Jesus disse que os limpos de coração verão a Deus (Mc. 5.8). Um coração limpo equivale a um coração regenerado. É ter um coração novo, livre. Por isso Zacarias profetizou que Deus “prometeu livrar-nos de nossos inimigos para o servirmos sem medo, em santidade e justiça, enquanto vivermos” (Lc. 1.74-75).
Ser ministro de música é ter um coração novo, que tem como motivação principal servir a Deus, à família, aos irmãos e aos de fora. Assim, o ministério de música é serviço com espírito de adoração, e adoração com espírito de serviço.
Ser submisso
Submissão é uma atitude peculiar dos filhos de Deus. Aquele que agora tem um novo coração é capaz de submeter-se aos irmãos. É importante frisar que a submissão resulta de uma vida cheia do Espírito (Gl. 5:18). O Espírito só enche pessoas vazias, desarmadas, rendidas ao Senhor.
O ministério de música autêntico é formado por pessoas que vivem no Espírito e, por isso, são submissas.
Trabalhar em equipe
É perfeitamente natural que os ministros separados por Deus vivam e trabalhem em equipe.
Ao nascerem de novo, ganharam a natureza de filhos de Deus. Corno membros do corpo, estão identificados com o cabeça, Cristo, e com os demais membros, e é isto que os leva a trabalhar em equipe, cooperando para o crescimento do Corpo e sua edificação em amor: “Ele faz que todo o corpo se encaixe perfeitamente. E cada parte, ao cumprir sua função específica, ajuda as demais a crescer, para que todo o corpo se desenvolva e seja saudável em amor” (Ef. 4.16).
O ministério de música é formado por filhos conscientes de que a base do serviço é o amor (Jo. 3:16). Trabalhar em equipe é trabalhar em e para a família.
Adhemar de Campos
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