Como desempenhar bem o papel de conselheiro, intrínseco à liderança

Todo aquele que se envolve no exercício da liderança cristã certamente também será chamado a desempenhar o papel de conselheiro. A aproximação entre o líder e seus liderados deve gerar um ambiente de confiança baseado na receptividade do líder, de maneira que permita aos liderados buscar ajuda e conselho para as mais variadas questões da vida.

Dar conselhos e ajudar as pessoas a resolverem seus problemas é uma atividade fascinante, mas também arriscada. É necessário antes examinar sinceramente nossas razões para a prática do aconselhamento. Responda honestamente: você faz isso motivado por amor ou para demonstrar sua autoridade e controlar a vida das pessoas? Você tem investido na sua formação ou faz isso baseado apenas nas suas experiências e impressões? Seu desejo é servir às pessoas ou ao seu próprio ego?

Aconselhamento é algo muito sério e não pode ser feito de qualquer maneira. Ele exige preparo pessoal e maturidade, aliados a um profundo conhecimento bíblico. Ao aconselhar, você interfere na vida de outra pessoa. Alguns conselheiros, despreparados, por vezes tentam “endireitar” ou “corrigir” os outros na base da força. Isso acaba provocando sérias consequências, muitas vezes prejudicando ainda mais aquele que precisava do conselho.

3 dicas essenciais para ser um bom conselheiro

Para ser um bom líder/conselheiro você precisa estar seguro do que faz. Misturar princípios bíblicos com opiniões pessoais é muito perigoso. Portanto:

1. Não tenha pressa

Grande parte do sucesso de qualquer conselheiro está baseada em sua atenção tranquila e refletida, concentrada nas palavras do aconselhado. A capacidade de demonstrar paciência e longanimidade é um elemento indispensável para o sucesso de todo aconselhamento. A pressa passa uma ideia de desinteresse pela pessoa que fala.

2. Não desrespeite, seja educado

Alguns conselheiros classificam rapidamente as pessoas por categoria (carnal, problemático, mal-intencionado, frívolo, etc.) e depois as despedem com um confronto rápido ou conselho rígido. Outros apenas repetem clichês e anunciam conselhos em forma de chavões religiosos. Ninguém quer ser tratado com tamanho desrespeito.

3. Não seja um agente da justiça, mas um agente da graça

Não fomos chamados para promover “julgamentos sumários” e deliberar “condenações” sobre as pessoas. Fomos chamados para socorrer, apoiar e manifestar bondade e auxílio com graça; como Cristo sempre fez. Sentir-se acolhido e aceito ajuda o aconselhado a superar suas dificuldades.

Saber ouvir para saber cuidar

Como líderes podemos pensar que quanto mais falarmos, mais acrescentaremos na vida do liderado. Fazendo assim, negligenciamos algo que também é essencial e muito importante no aconselhamento: saber ouvir.

Jesus tinha uma grande habilidade em ouvir as pessoas. Ele escutava um fariseu e percebia o mau que ele escondia em suas palavras. Ele atendia um doente e percebia sua maior necessidade – salvação. Ele ouvia alguém aflito e compreendia a profundidade da sua dor. Jesus manifestava interesse no que as pessoas falavam. Ele olhava nos olhos de cada uma de maneira verdadeiramente amorosa e interessada.

Porém, hoje, muitos “mestres” querem apenas ser ouvidos. Eles têm uma profunda dificuldade de parar de falar. E sempre estão certos. Isso dificulta qualquer manifestação voluntária do liderado.

Ouvir alguém pode ser o suficiente para que ele experimente cura em sua alma. É preciso deixá-lo falar, se expressar, sentir-se livre para abrir seu coração. Se não formos capazes de ouvir as pessoas, como iremos compreendê-las? É verdade que devemos ensinar, corrigir e até mesmo confrontar o liderado para que ele se desenvolva. Mas “quem responde antes de ouvir mostra que é tolo e passa vergonha” (Pv. 18.13). Quando ouvimos com atenção, descobrimos o momento e a maneira certa de falar. É preciso ouvir bem para cuidar bem.

Paulo Alexandre Sartori

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